15 professores e guias de turismo se inscreveram para participar do Minicurso, que fazia parte do
cronograma das atividades do Brasília Tátil.
No período da manhã, eles saíram do ponto de encontro – a
Escola Parque 308 sul – em direção ao ônibus estacionado na quadra. Desde
então, tiveram os olhos vendados e receberam bengalas, justamente para sentirem
as mesmas sensações e enfrentarem os desafios de uma pessoa com deficiência
visual.
No traslado até a Câmara dos Deputados, receberam
orientações sobre mobilidade e inclusão social de um dos coordenadores do
programa, César Achkar, que é deficiente visual; e do guia de turismo Fábio
Almeida Ribeiro, sobre informações complementares .
Durante a visitação no Salão Verde, experimentaram explorar
outros sentidos, como a audição, e conhecer as obras de arte por meio do toque
das mãos.
Mônica Aviani, professora do Centro de Ensino Especial de
Brasília, tinha uma ideia de ter a vivência e adquirir conhecimento e saber
lidar com as pessoas com deficiência visual. E para surpresa dela, “é muito
além do que eu imaginava. Quando somos vendados, exploramos muito mais outros
sentidos, como audição e tato. E ao mesmo tempo sentimos medo, pois dá uma
sensação de insegurança. Então fico imaginando o que realmente ser um
deficiente visual. No meu trabalho, essa experiência vai me ajudar a trabalhar
a tridimendionalidade e vou construir outras possibilidades”.
A professora Keila Câmara, da Escola Classe Boa Esperança
(núcleo rural de Ceilândia), já teve neurite óptica, uma inflamação do nervo
óptico que pode causar uma perda da visão parcial ou completa. Por experiência
própria de ter baixa visão, ela considerou a experiência do minicurso muito
válida. “Começamos a dar mais valor aos outros sentidos quando perdemos parte
da visão e, principalmente, a entender melhor a realidade de quem de fato é
totalmente deficiente visual. Vou levar essa experiência para a sala de aula e
para vida”, afirmou.
O diretor da Escola Parque da 308 Sul, Paulo César Valença
ficou admirado com as declarações do projeto não só dos professores, mas também
dos estudantes. “Para nós, o projeto abre um espaço de percepção mais apurada
do aluno vidente que começa a ter mais compreensão dos desafios de outras
pessoas que têm algum tipo de deficiência”, salientou.
No período da tarde, os inscritos participaram da oficina de
argila, onde receberam conselhos e técnicas sobre como desenvolver belas peças
a partir desse tipo de matéria prima. Muitos deles levaram suas obras para casa
satisfeitos.
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